Ser ético é obrigatório em qualquer ambiente e, quanto mais descobrimos os escândalos envolvendo autoridades e políticos, mais devemos nos preocupar em ser éticos, íntegros.
Ética vem do grego, ethikos, e significa aquilo que diz respeito ao ethos, ou seja ao “bom costume”, ao “costume superior” ou ao “portador de caráter”. É a área da filosofia que se ocupa das coisas morais na sociedade, da conduta humana. E é o termo usado para definir comportamentos socialmente corretos, que respeitam outros seres humanos, o planeta e os seres que o compartilham.
A ética não pode ser confundida com a lei, mesmo que lei se baseie em princípios éticos. A ética vai além da lei pois ninguém pode ser legalmente obrigado a cumprir todos os princípios éticos, mas cumpri-los faz com a sociedade seja melhor para todos.
Ações antiéticas que são consideradas crimes são muito fáceis de perceber. Obviamente é claro para qualquer pessoa que matar é crime e uma ação frontalmente contra a ética. Roubar, apontar uma arma para alguém para tirar-lhe algum bem também é claramente percebido como uma ação contra a ética.
Parece ser muito simples, se você se considera uma pessoa de caráter, mas não é bem assim. O mais difícil é lidar com as pequenas atitudes antiéticas, as que não são claras, estão numa zona cinzenta.
Existem muitos pequenos deslizes que cometemos sem nos dar conta de estarmos agindo sem ética. E é nesses pequenos atos que damos início a uma tolerância com atitudes socialmente condenáveis que nos leva, sem perceber a não reagir diante de desmandos, falcatruas, corrupção.
Posso citar dezenas de pequenos exemplos e verificar que pessoas normalmente íntegras um dia ou outro cometeram algum deslize. Tem aquela sua vizinha que vive discursando contra a corrupção, mas deixa o cocô do cachorro na calçada. Tem o sujeito no carro da sua frente que joga lixo pela janela e você deixa pra lá. Você vê sua amiga receber o troco errado, perceber o que aconteceu e não se manifestar e ainda achar engraçado. E você ainda ri com ela.
Você testemunha – e até usufrui – a riqueza de um amigo que é incompatível com sua fonte de renda oficial sem se sentir constrangido. Você estaciona num lugar reservado para idosos porque está com pressa. Você dá uma gorjeta ao maitre do restaurante para “furar” a fila de espera e ainda se acha no direito porque é um freguês assíduo.
Enfim, se pararmos para pensar, todos nós temos algum deslize ético, que procuramos justificar quando percebemos: – Ah, eu estava com pressa. Ou, – não vou brigar com uma amiga porque ela cometeu um ato desonesto, o problema é dela. – Não vou deixar de passar as férias na casa de campo do meu amigo rico porque não fui eu que roubei, não sou responsável. – Não vou chamar à atenção um cara que não conheço, ele pode ser agressivo.
Desculpas, sempre temos. Afinal, quem vai querer reconhecer que pode estar sendo menos íntegro? E depois não entendemos porque, mesmo com escândalos diários, não vemos reações suficientemente indignadas. A impressão que se tem é que o país está entorpecido, ninguém mais se importa.
Essa é a hora, infelizmente aquela que não pode ser adiada, em que temos que iniciar um movimento para resgatar a ética do brasileiro. Começando com pequenas atitudes corretivas de nosso próprio comportamento e de intolerância para com o comportamento de quem não observa os princípios éticos fundamentais. Esse será o alicerce de um país melhor para nossos filhos e netos.
É por essa razão que, em vez de desafiar você a posar sem maquiagem, ou tomar banho gelado ou outro desafio qualquer, resolvi desafiá-lo a descobrir todas as pequenas coisas nas quais você age anti eticamente e começar a corrigi-las. Está aí um desafio que vale a pena ser enfrentado e compartilhado. Convoque seus amigos, vamos iniciar uma mudança real no País, a partir de cada cidadão. Não precisamos de governo ou qualquer outra autoridade para isso. O poder está nas nossas mãos!