A Revista Época de 4 de março traz um Especial – O Futuro das Mulheres – com um extenso estudo sobre as mulheres brasileiras. O material está muito interessante e vem confirmar uma tendência já instalada no País de ter cada vez mais mulheres não apenas no mercado de trabalho, mas em posições de liderança e comando. Um destaque foi dado às empreendedoras do sexo feminino e o comportamento desse segmento.

Você sabia que as empreendedoras brasileiras já são 53% dos 18,8 milhões de brasileiros que decidiram enfrentar a carreira de “patrão”? Não é fantástico? Mulheres tomando as rédeas de seus negócios, comandando equipes mistas, negociando em inúmeros ambientes antes dominados pelos homens?
Na reportagem, Enio Pinto, gerente de Inovação do Sebrae Nacional comenta que, segundo a sua experiência, as mulheres são mais cuidadosas que os homens ao fazerem negócio. Também que elas analisam a planejam melhor as oportunidades antes de iniciar qualquer coisa, enquanto são menos imediatistas, têm mais persistência para esperar o investimento gerar lucro.
Por serem melhores analistas antes de iniciar suas empreitadas, fazem pesquisas de mercado mais detalhadas, buscam o melhor segmento para se lançar, são mais focadas.
Elas também têm aproveitado melhor os bons momentos da economia brasileira. Afinal, segundo um estudo do IBGE e do Instituto Target Group Index, pelo menos 95% dos brasileiros ganhou poder de compra nos últimos anos. Isso significa 95 milhões de pessoas com maior poder aquisitivo, comprando produtos e serviços que não compravam até um tempo atrás
O mais interessante de tudo, entretanto, é que a Consultoria Global Markets, num levantamento feito há dois anos atrás, constatou que as mulheres costumam reinvestir na sociedade a renda gerada pelas empresas muito mais que os homens. Gastam muito mais com a educação e saúde dos filhos, “brindando o país com profissionais mais bem formados, cujas necessidades gerarão consumo e movimentarão a economia”. O estudo sugere até que um número maior de empreendedoras geraria um crescimento anual extra de 0,7% no PIB brasileiro e, em consequência, até 2030 a renda per capita do País cresceria 9,1%.
Essas são as razões de bancos internacionais como o Goldman Sachs, ao perceber o potencial representado pelas empreendedoras brasileiras, iniciarem ações efetivas de apoio. Uma delas é o programa 10.000 mulheres, parceria do Goldman Sachs com a Fundação Getúlio Vargas e a IE Business School, lançado em 2008. Esse projeot prevê um investimento em capacitação de US$100 milhões em cinco anos em países emergentes, entre eles o Brasil. Em São Paulo a FGV é responsável pelos cursos gratuitos e em Belo Horizante a Fundação Dom Cabral está encarregada do programa.
Mulheres que venceram na difícil tarefa de empreender, gerir seus negócios e trazer lucro para si e para suas famílias estão hoje orgulhosas de si mesmas, sentindo-se felizes, realizadas e poderosas.