Os negócios sociais têm ganhado mais destaque ao trazer soluções criativas para os grandes problemas do mundo moderno. Investir em uma empresa que busca, ao mesmo tempo, melhorar a comunidade onde está envolvida e ser rentável exige conhecer boas práticas de gestão, vendas, marketing e processos de inovação.
A aposta em iniciativas sociais é um desafio para novos empreendedores com anseio por conhecimento e satisfação na carreira,costumados com a transformação do comportamento das pessoas e das tecnologias.
Veja as tendências no empreendedorismo social para os próximos anos:
Mais oportunidades à vista para empreender
Mais de um bilhão de pessoas vive abaixo da linha de pobreza hoje no mundo, segundo dados do Banco Mundial. Elas não têm acesso a serviços essenciais como água potável, saneamento básico e moradia.
Apesar dos significativos avanços nos últimos anos, o Brasil precisa melhorar muito na questão social. Uma parcela da população brasileira, por exemplo, não conta com serviços de educação de qualidade e apenas 25% possui plano de saúde. À primeira vista, esse cenário pode ser bem desanimador. Porém, é exatamente nesse contexto que negócios com objetivo social ganham força e se fazem necessários.
Para Mauricio de Almeida Prado, da consultoria Plano CDE, há um motivo pelo qual esse tipo de empreendedorismo ajuda a erradicar as desigualdades. “Os negócios sociais utilizam as boas técnicas do mundo corporativo e o espírito humanitário, com uma boa intenção e foco muito claro.”, diz ele.
Mais investimentos disponíveis para iniciativas sociais
Um estudo do Monitor Institute diz que, de 2012 até o início da próxima década, mais de 500 bilhões de dólares serão investidos em negócios sociais de todas as partes do mundo. A expectativa é o aporte de dinheiro em empreendimentos deste cresçam ano a ano.
“No futuro, não vai haver uma distinção entre negócios sociais e negócios tradicionais,” afirma Prado. “A maioria das empresas estarão envolvidas em alguma causa”.
Mais jovens adultos se tornarão empreendendores
É notável o interesse dos jovens adultos em abrir suas próprias empresas. A última edição do estudo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que 41% dos jovens da América Latina pretendem empreender num futuro próximo.
No empreendedorismo social, é possível observar o mesmo. Uma pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) revelou que 55% dos millennials, os nascidos entre o início da década de 1980 e o meio da década de 1990, têm o desejo de ajudar outras pessoas a melhorar a qualidade de vida delas. Isso significa que haverá mais pessoas com ideias inovadoras para o bem-estar de todos e também mais recursos para transformá-las em realidade.
Setores como educação e saúde deverão ter mais iniciativas
Segundo uma pesquisa realizada pela Plano CDE em 2011, as principais áreas de atuação dos negócios sociais no Brasil são serviços financeiros (44%), seguidos por saúde e educação (10% cada). Os setores de alimentação, moradia e energia não são muito explorados pelas empresas sociais brasileiras. Cada um é foco de apenas 6% dos empreendimentos sociais pesquisados.
De lá pra cá, o setor da educação foi contemplado com diversas iniciativas sociais. O estudo “Oportunidades em educação para negócios voltados à população de baixa renda no Brasil”, realizado pelo Instituto Inspirare e pela Potencia Ventures, mostra que os negócios sociais voltados a educação devem movimentar R$ 60 bilhões nos próximos anos.
As empresas i9access e Epitrack são bons exemplos de negócios sociais que estão surgindo na área da saúde. A primeira fornece uma plataforma de telemedicina que aproxima profissionais de saúde e pacientes. Com o software, os médicos não precisam estar no mesmo local que seus pacientes para realizar uma série de serviços.
Já a Epitrack cria plataformas digitais para detecção de doenças por meio de crowdsourcing — método de coleta de dados em que os próprios usuários da plataforma enviam informações.