Notícia recente dá conta de que o número de divórcios em São Paulo dobrou em 2.010, graças a bem vinda alteração legislativa que permitiu aos casais dissolverem os laços conjugais sem dificuldades e transtornos desnecessários.
Mas nem todos os casais detêm o bom-senso necessário para permitir que o fim do casamento seja mais tranqüilo, esbatendo-se em discussões sem sentido e, muitas vezes, unicamente por razões emocionais, perante o Poder Judiciário.
As brigas, em verdade, são mais do que isto. Demonstram que alguém não digeriu bem aquele fim de relacionamento e, possivelmente, arrependeu-se do que fez ou deixou de fazer enquanto havia um casal. São os filhos, os cachorros, os carros, os móveis, as reformas, os presentes, quem deu o que, quem trabalhou, quem não trabalhou…
E assim todas as insatisfações, angústias, inseguranças, traições, sofrimento, tristeza, falta de auto-estima, arrependimentos e recalques viram discussão sobre “quem tem direito ao que”. Revelam-se também, e quase sem exceções, interesses patrimoniais e apego significativo exclusivo ao dinheiro. E o que antes era palco do amor e felicidade dá lugar ao campo minado onde qualquer palavra vira horas de discussão e qualquer ofensa é para a vida toda.
Neste fogo cruzado, são as mulheres que geralmente sofrem os maiores golpes da vida. Deprimem-se, revoltam-se, arrependem-se e sentem-se humilhadas. Não que isto não ocorra com os homens, os quais, muitas vezes também são atingidos em seu âmago neste momento, mas as mulheres – menos objetivas e mais maternais – sofrem intensamente aquele que é considerado pelos psicólogos o segundo sentimento mais triste depois da perda de um ente querido.
Por isto, há que se ter cuidado para atender e defender as mulheres nos processos de família. Há que se ter carinho, paciência, psicologia, muita vontade de ajudar e fazer prevalecer seus direitos. Afinal, não basta conhecer a fundo o Direito de Família, é preciso também que o envolvido se sinta amparado e seguro para atravessar este momento tão difícil e conturbado.
Apesar disto, felizmente, o final costuma ser feliz e um dia, quando menos se espera, o solta nasce de novo brilhante e enchendo o coração de esperança.
CLARISSA MAZAROTTO é advogada em São Bernardo do Campo, sócia fundadora da Barreiro e Mazarotto Sociedade de Advogados
Me sinto representada em cada uma de suas palavras. Representada e sem poder contar com o apoio da minha família, pois o meu ex marido usa do dinheiro, que sempre foi seu foco, para trazer nossas filhas para mais perto dele. Realmente a dor é imensa. Sou uma profissional, não me julgo uma mulher fraca, mas muitas vezes penso se a vida vale a pena.
Que bom que o que divulgamos aqui faz bem para você. Já ganhamos o dia!!!
Clarissa, peço que mude meu sobrenome para Cynthia Viégas, que é meu sobrenome de solteira